Foto: https://br.images.search.yahoo.com/
PEDRO OSMAR
( Paraíba – Brasil )
Pedro Osmar Gomes Coutinho (João Pessoa, 29 de junho de 1954) é um cantor, compositor, músico, poeta e artista plástico brasileiro.
Iniciou sua atividade musical na década de 60, tocando nos Festivais da Canção que aconteciam em João Pessoa. Foi nessa época que se inseriu no cenário musical, conhecendo e tocando junto a nomes como Vital Farias, Cátia de França e Zé Ramalho.
Em 1974 fundou, juntamente com seu irmão Paulo Ró, o grupo Jaguaribe Carne, que mescla elementos de guerrilha cultural, experimentações musicais e cultura popular. Em plena ditadura, o grupo se apresentava na rua, em escolas e teatros com músicas de protesto e uma estética pautada em elementos de performance, música experimental e a música popular local: caboclinhos, frevo, cambindas e cirandas.
Em São Paulo, realizou três trabalhos importantes de grupo: o FARINHA DIGITAL, com o músico percussionsta Loop B (com um CD gravado, aprovado pelo programa Petrobrás Cultural, que fez um circuito de lançamento pelo SESI cultural, viajando pelas cidades do interior do estado de São Paulo); o Aguaúna, com os músicos Rico Venerito, Fabio Negroni, Guegué Medeiros e o SAMPAPEBA, com os músicos Vicente Barreto, Zeh Rocha, Rafa Barreto, Fábio Barros e Caê Rolfsen, que faria um circuito pela cidades do interior de São Paulo através do PROAC-governo do estado.[9]
Em 2016 foi lançado o filme Pedro Osmar: Prá Liberdade Que Se Conquista, de direção de Eduardo Consonni e Rodrigo Marques, que resgata o início da história do compositor e mostra um pouco de sua produção recente.
Biografia: https://pt.wikipedia.org/
ANTOLOGIA SONORA – Poesia Paraibana Contemporânea. João Pessoa, PB: Edições OK Sebo Cultural, 2009. Caixa, contendo
1 CD e 31 encartes (poetas e poemas). Ex. bibl. Antonio Miranda
“O poeta Pedro Osmar tem uma poesia desafiadora, que é
apaixonada pelo que ele pensa e luta. Verso improvisados
e rebeldes à métrica convencional estão enraizados ao seu
perfil de “guerrilheiro cultural”, O ”artista multimída” e
Militante Cultural já é um símbolo da resistência na Cidade.”
Humberto Coelho de Almeida
FAIXA 21
Sobre o Silêncio
O grito
é uma bola de sangue
fervendo
na boca costurada
do mangue
(sobre o silêncio).
O grito dela
da época, da moça
da menina, da mãe
da favela
aos pulos.
O grito/serrote
ecos na fome
e sai rasgando
descuidado
a boca e a vida
dos que não tem
nome
(sobre o silêncio).
O grito das cidades
dos países
e continentes
como um cavalo cego
puxando a multidão.
O grito gelado
deitado, em silêncio
passando no trem cargueiro ao longe
e no trem de passageiros
para urrar sua cavalices
nas noites e madrugadas
por onde passam
(sobre o silêncio).
1.
Com tuas lágrimas
o pó do cimento vai
lameando
Com areia
a massa logo vira
loucura
e mesmo que eu
nem queira sentir
isso vai servindo para construir
aquele pontinho de concreto
de solidão e tristeza
que nenhum dos dois pediu.
2.
Nesta cidade
ele é um menino
com seios
e vagina
e que casou
consigo mesmo.
Seu paletó
tem um decote em “V”
nas costas
até o cóccix
para quem quiser.
Mas o mundo
é uma tempestade
e ele não é, exatamente
uma brisa
um vítima
ou uma ovelha
em quem se confie.
4.
Osias, Fátima, Regina, Josefa, Maíra não vão mais voltar.
(dizem que rezar é bom).
Mas para onde foram essas luzes iluminar?
Onde estarão agora neste firmamento?
O que podermos fazer por essas pessoas
que se encantaram?
(dizem que rezar é bom).
*
VEJA e LEIA outros poetas da PARAÍBA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/paraiba.html
Página publicada em fevereiro de 2022
|